O livro Utopia, na verdade, remonta a uma ilha imaginária em temas considerados atuais até hoje, como a paz, guerra, finanças, poder, colonização e economia.
More, que era um diplomata inglês, teria escrito Utopia em maio de 1515 nos intervalos de negociações em Flandres para defender os interesses de mercadores londrinos.
Na ocasião, havia uma disputa entre o reino da Inglaterra e o príncipe de Castela, Carlos. Ela girava em torno da proibição pelos holandeses da importação de lã fabricada na Inglaterra.
Embora descreva uma ilha imaginária, Thomas More descreve várias passagens reais da negociação e usa o livro para criticar o rei Henrique VIII. Não escapam à crítica os demais estados europeus, como a França.
A ilha imaginada por More é perfeita não só na concepção política, com os cidadãos gozando da eficiência do Estado. Sendo assim, a religião também retrata o ideal de tratamento entre os homens.
Ambos os casos diferem do que ocorre na Europa, que ainda lança mão da colonização para impor a religião cristã.
More não deixa de criticar a ânsia pela conquista, considerando que Utopia é retratada somente 24 anos após a descoberta da América, dominada, agora, pelos ingleses.