Na apresentação de Karen Armstrong (foto), no livro Em nome de Deus: o fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo (Tradução: Hildegard Feist. São Paulo; Companhia das Letras; 2001) ela afirma que um dos fatos mais alarmantes do século XX foi o surgimento de uma devoção militante, popularmente conhecida como “fundamentalismo“, dentro das grandes traduções religiosas. Os que cometem ataques terroristas e de intolerância homofóbica e contra o aborto constituem uma pequena minoria, porém até os fundamentalistas mais pacatos e ordeiros são desconcertantes, pois parecem avessos a muitos dos valores mais positivos da sociedade moderna. Democracia, pluralismo, tolerância religiosa, paz internacional, liberdade de expressão, separação entre Igreja e Estado — nada disso lhes interessa.
Os fundamentalistas cristãos rejeitam as descobertas da Biologia e da Física sobre as origens da vida e afirmam que o Livro do Gênesis é cientificamente exato em todos os detalhes. Os fundamentalistas judeus observam sua Lei Revelada com uma rigidez maior que nunca, e as mulheres muçulmanas, repudiando as liberdades das ocidentais, cobrem-se da cabeça aos pés com seu xador. Os fundamentalistas islâmicos e judeus têm uma visão exclusivamente religiosa do conflito árabe-israelense, que começou como uma disputa secularista.